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Brazil Journal

Cooperativas de crédito dobram share em 5 anos – e não vão parar, diz JP Morgan


As cooperativas de crédito vêm ganhando relevância no sistema financeiro brasileiro – e devem continuar aumentando sua participação de mercado, disse o JP Morgan.


Em um relatório para clientes, o banco americano fez uma análise setorial e calculou que as cooperativas cresceram a uma taxa média anual composta de 30% nos últimos cinco anos – quase três vezes acima do setor financeiro.


Com isso, as cooperativas praticamente dobraram sua participação no setor financeiro no período: seu total de ativos saiu de 4% para 7% do sistema financeiro, enquanto o share em empréstimos dobrou de 4% para 8%. Em depósitos, a alta foi de 5% para 8%.


No total, as cooperativas já possuem 20 milhões de clientes – sendo 15% deles PMEs.


Esses números devem aumentar, pois as cooperativas vêm expandindo o número de lojas enquanto os bancos fecham agências.


As cooperativas também estão ganhando espaço no agronegócio. Sua participação no saldo de LCAs do agronegócio saiu de 3% em 2018 para 14%.


Os lucros também crescem. Para efeito de comparação, o Sicoob e o Sicredi (que juntos representam 55% dos ativos e 85% dos empréstimos de todas as cooperativas) reportaram, juntos, R$ 13 bilhões de lucro no ano passado – praticamente um Bradesco.


Os bancos não estão felizes com esses números. Não por acaso, a Febraban enviou ao governo uma proposta para tributar as cooperativas, alegando “concorrência desleal.”


As cooperativas realmente pagam muito menos impostos. Elas são isentas do pagamento de IRPJ, CSLL e do PIS Cofins – enquanto os bancos pagam 25%, 20% e 4,65%, respectivamente.


Nas contas da federação dos bancos, o governo poderia arrecadar R$ 10 bilhões com essa taxação.


Enquanto isso não ocorre, as cooperativas conseguem apresentar ROEs competitivos – especialmente por causa dos ROAs mais elevados por conta das vantagens fiscais e menor alavancagem.


Nos últimos cinco anos, o ROE do Sicredi e do Sicoob ficou em 19,8% e 15,1%, respectivamente. Como comparação, o Banco do Brasil teve 18% no mesmo período, e o Bradesco, 15,9%.


“De modo geral, cooperativas e bancos geram, em média, ROEs semelhantes de aproximadamente 17%, mas as cooperativas têm ROAs duas vezes maior – assim como os bancos têm duas vezes mais alavancagem considerando a relação ativos-patrimônio,” escreveram os analistas Yuri Fernandes, Guilherme Grespan, Marlon Medina e Fernanda Sayão.

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