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Diante das mudanças climáticas, a saída está em cidades mais humanas

Atualizado: 14 de mar.


As cidades são as pessoas. Uma a rmação que pode parecer óbvia, na prática, é um conceito ainda novo para o planejamento urbano na maioria das grandes cidades. Até pouco tempo atrás, os centros urbanos eram projetados prioritariamente para os veículos, o que nos obriga a admitir que essa mudança na dinâmica de pensar o espaço público impõe a todos um enorme desa o. Anal, como requali camos os territórios para que eles sejam, de fato, ocupados pelas pessoas?


O arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl a rma, em seu livro "Cidade Para Pessoas" lançado em 2010, que "uma boa cidade é igual a uma boa festa". Ou seja, uma boa cidade é aquela que oferece a sua população boas experiências no cumprimento de tarefas diárias, como levar a criança à escola, ir de casa ao trabalho, andar de bicicleta, passear com o pet ou fazer compras. Não importa a escala do território. A promoção de bem-estar tem que ser experimentada na praça, rua ou bairro, e, para isso, o planejamento urbano precisa proporcionar deslocamentos curtos e seguros, baixos índices de congestionamento, boas condições de caminhabilidade e áreas verdes. Enm, diversas centralidades em uma mesma cidade.


As ruas comerciais de São Paulo são referência no Brasil. Brasileiros de toda parte visitam a capital paulista diariamente para, entre outras tarefas, fazer compras. É verdade que já houve uma época em que elas desfrutavam de maior relevância. Não havia a concorrência dos shoppings-center nem do comércio on-line. Mas, ainda assim, elas têm força.


Esses temas pessoas e centralidades podem parecer desconectados, mas não são. Resgatar as áreas comerciais é uma questão de planejamento urbano diretamente relacionado ao conceito de construir cidades para pessoas. Se quisermos que as pessoas ocupem espontaneamente as calçadas, ruas, praças e bairros, precisamos torná-los atraentes e seguros. Sem pessoas não existe requali cação urbana. Calçadas mais largas e acessíveis, mobiliário urbano para descanso, áreas sombreadas e nova iluminação pública são iniciativas indispensáveis para construir territórios mais democráticos e sustentáveis.


Sob essa perspectiva, a Prefeitura de São Paulo, por meio da São Paulo Urbanismo, iniciou em fevereiro a implantação do Projeto Ruas Temáticas. A iniciativa propõe a requali cação de vias públicas reconhecidas por sua relevância simbólica, econômica ou turística para transformá-las em locais mais dinâmicos e seguros. O propósito é melhorar o ambiente para as pessoas e, com isso, potencializar as vocações já estabelecidas, estimulando a economia local e promovendo o turismo na cidade. Estão inseridas neste projeto a Rua das Motos (Rua General Osório), Rua dos Eletrônicos (Rua Santa I gênia), Rua das Noivas (Rua São Caetano), Rua da Música (Rua Teodoro Sampaio), Rua das Cozinhas (Rua Paula Souza) e Rua das Ferramentas (Rua Florêncio de Abreu).


Nestes locais, serão realizadas obras para melhorar a circulação nas calçadas, ampliar a acessibilidade, aumentar a segurança com mais iluminação pública, oferecer espaços para descanso, ou seja, estimular a caminhabilidade para gerar bem-estar às pessoas que trabalham e frequentam essas áreas. O passo inicial foi realizado no mês passado na Rua das Motos, região central da cidade, cujas obras estão em andamento e com previsão de conclusão para meados deste ano.


O mundo pós-pandemia e sob efeitos das mudanças climáticas já deixou evidente que a saída para o futuro são cidades mais humanas. O Projeto Ruas Temáticas é somente uma das iniciativas da gestão do prefeito Ricardo Nunes para transformar São Paulo em uma cidade mais acolhedora, moderna, democrática e sustentável.


Por: Cesar Azevedo

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