Conforto também é um estado de bem-estar material, significa comodidade física satisfeita. Exatamente por isso conforto e conveniência andam juntas. Por vezes, a representação do conforto surge primeiro em ambientes privados, remetendo ao aconchego dentro de casa. Nosso lar, doce lar.
Mas o conforto não é uma via de mão única. Ele também é coletivo, comunitário, e cria perspectivas para fora dos muros e prédios e se projeta sobre as ruas, a vizinhança e sobre as inúmeras possibilidades que a vida urbana ao nosso redor comporta. O bem-estar para além dos ambientes privados vem alicerçando parte da essência do que são os prédios funcionais, as cidades inteligentes e, principalmente, a forma como essas estruturas podem impactar diretamente na qualidade de vida de todos que coexistem ao seu redor.
“Humanos são animais sociais: a felicidade não é apenas um estado individual; é também coletivo Esse temperamento comunal surge da difusão de prosperidade, saúde, segurança, educação, conectividade social, eficácia coletiva e da distribuição equânime desses benefícios, todos os quais dão origem a um estado de bem-estar.” (ROSE, Jonatham F. P)
Alguns estudos tem relacionado o bem estar urbano à caminhabilidade, ou seja, as condições que tornam o ambiente coletivo construído favorável ao pedestre. Segundo os autores do estudo Walkability And Community Wellness a caminhabilidade e o bem-estar urbano estão relacionados à comodidade, oferta de serviços e transporte público, bem como condições das calçadas e passeio público.
Pode-se afirmar, assim, que a qualidade das áreas urbanas está diretamente ligada à conveniência, ou a facilidade das pessoas terem suas necessidades materiais e de serviços atendidas. Isso inclui o rápido acesso a farmácias, mercados, ferragens, pet shops e, também, serviços essenciais como clínicas de saúde, laboratórios de análises clínicas, estéticas e academias de ginástica, por exemplo.
As cidades são organismos vivos, e as operações de conveniência e serviço acompanham a evolução das demandas das pessoas. São flexíveis, evoluem e se adaptam à sua vizinhança.
O “balé das calçadas” - como descreveu a urbanista e ativista Jane Jacobs - caracterizado pela interação entre as pessoas e os prédios, viabiliza-se com infraestrutura urbana de caráter público e também privado. Ruas, calçadas, lojas, prédios, mobiliário urbano, veículos para transporte coletivo e individual, motorizados ou não, coexistem neste cenário ao mesmo tempo caótico e planejado que formam o tecido vivo das cidades. A dinâmica social urbana vibra de forma mais abundante onde há harmonia entre moradores, lojistas e investidores imobiliários.
Investimentos em imóveis comerciais para operações de conveniência e serviços são oportunos porque acompanham a dinâmica urbana. Um mesmo ponto comercial pode comportar diversas operações ao longo dos anos e continuar se valorizando, tanto do ponto de vista patrimonial, como pela função social que a propriedade proporciona à sua comunidade.
Todos buscamos conforto, enfim, seja nas nossas casas ou no acesso qualificado aos bens e serviços necessários à vida cotidiana. Bons produtos de investimento imobiliário para varejo são aqueles que, além do retorno financeiro ao investidor, ajudam a transformar bairros em extensões dos nossos lares.
Autor: Mauro Araújo Santos
ROSE, Jonatham F. P. A CIDADE EM HARMONIA. Bookman, 2019